segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O perfil dos praticantes de RP: afinal, o que querem de nós?



Ao deliberar sobre as funções dos profissionais de Relações Públicas na academia aprendemos que características como maleabilidade, capacidade de negociação, além de um forte senso estratégico são imprescindíveis ao sucesso deste tipo de profissional. De modo a completar esse ciclo de exigências que vai além da capacidade de resolução de conflitos, ainda temos que nos deparar com as exigências que o mercado faz para “nos aceitar”, e, que além de serem duras e específicas estabelecem que sejamos mais do que profissionais super capacitados , mas seres humanos perfeitos aptos a qualquer tipo de experiências e capacitados para qualquer tipo de função exigida. Neste sentido cabe deliberar sobre: afinal qual o perfil ideal de um jovem Relações Públicas no mercado brasileiro?

A resposta a essa pergunta pode ser imprecisa e inespecífica , mas é a opinião de uma estudante em dúvidas que deseja não somente se adequar às leis da oferta e da procura, mas, sobretudo, se expressar e ser aceita, fazendo sempre modificações em suas condutas visando seu crescimento humanístico e profissional. É justo partirmos do pressuposto de que não vale à pena querer corresponder a todas as expectativas de uma só vez ,uma vez que isso é uma utopia, mas se encontrar, analisar quais são os pontos fortes e os pontos fracos. A partir daí, mãos a obra.

Uma vez que temos que associar características específicas do campo da Comunicação Organizacional às especificidades que cada tipo de instituição demanda de seu corpo de funcionários, vale a pena pesquisar que tipo de organização se pretende inserir. Por exemplo, algumas pessoas se sentem realizadas quando encontram segurança e estabilidade no campo profissional, neste caso, vale a pena se dedicar a concursos públicos, em outros casos o jovem prefere continuar na vida acadêmica atuando na área de pesquisa e de ensino, alguns profissionais com espírito empreendedor podem se arriscar abrindo um negócio, e outros, aventureiros, se arriscam no mundo das grandes corporações.

Esses últimos são certamente os que mais devem ser moldados/disciplinados, uma vez que, além de terem que preencher uma série de requisitos que a organização muitas vezes exige, tais como, a capacidade de auto liderança, competitividade e agilidade na resolução de conflitos, devem saber trabalhar sob pressão, respeitando um alto grau de hierarquia institucional. É esperado desses jovens profissionais, ainda, que acrescentem idéias à corporação, que sejam comunicativos nos âmbitos interno (público interno) e externo (mídia, stakeholders, etc.).

Em outros modelos de instituições como as universidades, é esperado um perfil um tanto quanto curioso deste tipo de profissional que deve se manter atualizado com o que acontece dentro e fora dos limites de seu departamento, neste caso, é exigido um perfil um pouco menos competitivo mas desafiador, uma vez que as metas travadas nesse campo são relacionadas ao campo científico, no sentido de progredir e acrescentar idéias e projetos positivos à atividade de Relações Públicas. Neste sentido, o pesquisador (ou a pesquisadora) ainda deliberará acerca das funções do profissional das Comunicações Organizações tanto como “lutará “ por um maior reconhecimento da profissão.

Mesmo tendo entendido a profissão apenas nos limiares da universidade, apreendo a idéia de relacionamento sobretudo e me apego a ela: o profissional “essencial” de Relações Públicas não necessariamente tem que ser o que intercambia relacionamentos, mas o que os promove e os molda, de acordo com seus interesses e os da instituição que defende, mesmo se tal instituição for a própria profissão (como é o caso de pesquisadores). A capacidade de saber se relacionar com os públicos de forma positiva para seus interesses e para a sociedade, sem dúvida, é um dos mais importantes atributos exigidos de nós jovens ingressantes no mercado de trabalho.

A comunicação no Brasil vem ganhando importância à medida que os meios de comunicação se tornam mais acessíveis, e a internet passa a ser a principal voz (e meio) de consumidores do mundo todo. Esse novo momento histórico em que o apogeu de sites de relacionamento como o Facebook, o Orkut e Youtube se efetiva com força total é muito proveitoso para nós profissionais tão multifacetados que atuamos no controle dos processos comunicativos de mão-dupla, de modo a gerar mais prestígio e renome social para a instituição que defendemos. Outro fator que é significativamente positivo a nós, jovens ingressantes no mercado, é a Responsabilidade Social que é cada vez mais exigida de organizações no mundo todo. Cabe ao profissional de Relações Públicas agir com ética neste sentido, “encaminhando” organizações para a tomada de decisões positivas a suas respectivas imagens.

O perfil ideal de um jovem profissional de Relações Públicas vai muito além de corresponder a todas as expectativas existentes, visto que isso seria impossível. O importante, na busca de estágios e em uma formação acadêmica de sucesso, a meu ver, é buscar contribuir de forma benéfica ao bem de todas as partes, trazendo sempre que possível uma reflexão agregadora de valores que visem um acordo em comum, esse conceito um tanto quanto abstrato é a conceituação mais próxima que consigo fomentar, uma vez que se aplica: aos relacionamentos entre públicos, aos relacionamentos entre instituição e mídia, ao gerenciamento de marcas, na tomada de decisões junto a alta gestão, e suma, aos Relacionamentos Públicos estabelecidos.

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