sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Relações-públicas gestor e empreendedor


(tradução: lembra-se como nós rimos quando soubemos que aqueles perus saíram e contrataram uma firma de R.P...?)


O mercado é instável e desafiador, exigindo do relações-públicas um perfil, além de gestor, empreendedor. As mudanças são constantes e devem ser encaradas como oportunidades, e não como ameaças.

Ter postura inovadora e uma visão crítica do mercado são pontos básicos para o enfrentamento dos desafios de um mundo competitivo e sem fronteiras.


Afinal, o relações-públicas, além de gestor da Comunicação, também precisa ser um empreendedor?

O profissional que se deseja hoje dentro de uma organização, seja ela pequena, média ou grande, deverá ter o perfil empreendedor e estar pronto para enfrentar um mercado em constante transformação e novos desafios. Deverá apresentar uma postura inovadora, sem resistência às mudanças e, principalmente, trabalhar com vontade e dinamismo.

Exige-se deste profissional conhecimentos amplos de mercado, visão abrangente e características de liderança, fatores preponderantes para o desenvolvimento de sua atividade. O profissional de relações públicas da atualidade é o gestor dos processos de comunicação da organização, trabalha com as práticas modernas da administração e, principalmente, com as ferramentas de planejamento. O seu plano de trabalho deverá estar afinado com o planejamento estratégico da organização. Não importa o nível hierárquico em que o relações-públicas esteja inserido na organização – seja ele operacional, tático ou estratégico -, deverá contribuir e compor para a efetivação do planejamento estratégico.

O novo profissional de Relações Públicas não é mais aquele que tem emprego e acomodação dentro de uma organização, mas, sim, um profissional que tenha “empregabilidade”, pois as mudanças são rápidas e o mercado exige e procura profissionais dinâmicos. Ter empregabilidade não significa, necessariamente, estar dentro de uma organização e, sim, estar pronto para servir uma organização. As relações de trabalho e as estruturas internas de comunicação das empresas mudaram muito nesses últimos 15 anos. Hoje, encontramos dentro das organizações áreas de comunicação muito enxutas nas quais profissionais são responsáveis pelo planejamento e pela gestão dos processos, ficando grande parte ou quase toda a operacionalização terceirizada, ou seja, a estratégia dentro e a operação fora. Este modelo foi de fato o grande norte da Administração dos últimos tempos: as organizações buscam custos menores e mais efetividade no trabalho e nos resultados.
A participação do profissional de Relações Públicas no mercado ocorre em todos os segmentos da economia, desde empresas ligadas ao setor financeiro, montadoras automotivas, siderúrgicas, indústrias, prestadoras de serviços públicos, órgãos e empresas ligadas ao governo, comércio, universidades, associações e organizações não-governamentais, laboratórios, hospitais, hotéis e empresas ligadas ao turismo, sindicatos, clubes e empresas de entretenimento, mercado cultural, agências de propaganda, assessorias de comunicação e de imprensa, entre outras. O relações-públicas tanto trabalha para uma grande multinacional, como para uma pequena empresa de prestação de serviços.

O fato é que, independentemente do porte da organização e do seu segmento de atuação, percebemos cada vez mais a necessidade da atividade de Relações Públicas. Até pouco tempo atrás, podíamos afirmar que comunicação era uma estratégia importante para a competitividade das organizações e também das pessoas. Hoje, constatamos que, além disso, é estratégia de sobrevivência num mercado em que a concorrência perdeu os seus limites territoriais, e no qual contratamos serviços e compramos produtos de qualquer lugar do mundo, com qualidade, tecnologia, segurança, prazo e preço.

O mercado brasileiro é grande e apresenta amplas e diversificadas possibilidades de atuação do profissional de Relações Públicas. No que tange a micro, pequenas e médias empresas no Brasil, dados do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam a existência de cinco milhões de empresas no país. Desse total, 98,3% são de micro empresas ou empresas de pequeno e médio porte. Calcula-se que, juntas, empregam 60% das pessoas ocupadas no Brasil, ou mais de 40 milhões de pessoas. Ainda segundo dados do IBGE, estão concentradas no setor de comércio, com 37% de participação, 35% na prestação de serviços, 14% na indústria, 8% na agropecuária e 4% na construção civil e outros setores.

Diante desse cenário, bem como pela formação oferecida hoje pelas escolas e faculdades de Comunicação, percebemos que uma boa parte dos profissionais de Relações Públicas já traz consigo características do empreendedorismo. Estar a frente de um negócio não o torna, necessariamente, um empreendedor. Segundo Sergio Bulgacov (1999, p.50), empreendedor é uma pessoa que cria novo negócio em face ao risco e incerteza, com o propósito de conseguir lucro e crescimento, mediante identificação de oportunidades de mercado e agrupamento dos recursos necessários para capitalizar sobre estas oportunidades. Aqueles que são, de fato, empreendedores têm capacidade de enxergar na diversidade uma oportunidade valiosa, na visão de Gerber (1990, p.22), “o empreendedor é o visionário dentro nós. O catalisador de mudanças”. Trata-se de uma personalidade criativa, “sempre lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em probabilidades, caos em harmonia”.

ANDREUCCI, Sergio José. A atuação do profissional de Relações Públicas em pequenas e médias empresas. Organicom. 2006. pp. 127-130

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More